terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Aprovada verba adicional para agricultores familiares

Pequenos produtores da Região Sul prejudicados pela estiagem contarão com mais R$ 700 milhões

Após pressão de quase dois meses, agricultores familiares da Região Sul do país afetados pela seca conseguiram R$ 700 milhões adicionais na linha de crédito especial da União. Não haverá cota por estado: a liberação será de acordo com a demanda nos municípios que decretaram situação de emergência ou estado de calamidade pública. A suplementação foi aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) na sexta-feira à noite. Também foi autorizada pelo Conselho a queda da taxa anual de juro de todos os contratos de crédito fundiário e a repactuação dos que estão em situação de inadimplência. A resolução com os detalhes das medidas sai hoje. Com isso, chega a R$ 1,2 bilhão o valor emprestado pelo governo federal desde julho para melhorar a reação à seca na Região Sul.
Somente no Rio Grande do Sul, 10 mil projetos encaminhados para acesso à linha estão parados por falta de dinheiro e há 20 mil agricultores interessados. De acordo com o diretor-geral de Financiamento à Produção Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), João Luis Guadagnin, os bancos devem reabrir as operações já a partir de hoje, para alívio do coordenador geral da Fetraf-Sul, Celso Ludwig. Ele está preocupado com o prazo de adesão ao crédito, mantido no dia 31. Para o governo, tempo suficiente. ‘Estamos apostando que não será necessária ampliação’, diz Guadagnin.
Com o anúncio, em principio, está suspenso o protesto planejado pela Fetag para a quarta-feira. Contudo, a decisão será confirmada hoje, após a análise do texto da resolução. O presidente da federação, Elton Weber, calcula que, pela lógica, 50% do recurso acabarão no Estado, onde 332 municípios decretaram situação de emergência. Em Santa Catarina, foram 140 e, no Paraná, menos de 80. Contudo, Weber insiste na prorrogação do período de adesão, já que as operações estão paralisadas desde novembro. E acrescenta: é preciso verificar as regras da repactuação do crédito fundiário. ‘O anúncio é positivo, mas ainda não tivemos acesso aos detalhes das decisões.’
De acordo com o secretário de Reordenamento Agrário do MDA, Adhemar Lopes de Almeida, a medida reduz a taxa anual do crédito fundiário, hoje entre 2% a 5%. Para contratos assinados a partir de 2013, as taxas caem para entre 0,5% e 2% ao ano. No caso dos vigentes, será de 2%. Também haverá a renegociação de todos os contratos fundiários inadimplentes. Para isso, o saldo será atualizado pela taxa original e sobre este valor incidirá o juro anual de 2%. As alíquotas devem começar a valer em março devido à necessidade de ajustes de sistema.

Fonte: Correio do Povo

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