Da Agência Brasil
Levantamento divulgado na quarta-feira (13) pelo Centro de Referência
de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod) aponta que 84% dos pacientes
atendidos no centro são homens e jovens – cerca de 20% do total tinham
menos de 30 anos de idade. O balanço foi feito entre os dependentes
internados desde o início da parceria entre governo estadual, o Poder
Judiciário e a Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo, em janeiro
deste ano, para agilizar internações involuntárias ou compulsórias.
Segundo o Cratod, foram cerca de 6 mil contatos telefônicos de
famílias interessadas nas internações e 1,2 mil dependentes foram
acolhidos voluntariamente. O número de internações involuntárias (quando
há solicitação da família) chegou a 189 e não houve internações
compulsórias.
De acordo com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, a procura
pela internação imediata superou as expectativas. “A demanda foi muito
maior do que o esperado, o que mostra que o problema é muito maior do
que parece. Então, nós estamos ampliando vagas, leitos, reestruturando a
parte social e ampliando a parte médica”, disse. Segundo ele, apenas no
carnaval foram atendidos 47 dependentes químicos. Hoje, o governador
inaugurou uma unidade social de combate ao crack, dentro do prédio do
Cratod. No espaço, os dependentes terão o primeiro contato com o centro e
passarão por uma triagem.
Rosângela Elias, coordenadora de Saúde Mental, Álcool e Drogas,
explica que no anexo serão feitas avaliações clínicas e o atendimento na
área de assistência social também será agilizado. “Nos primeiros dias
dos acolhimentos, nós observamos que tinha uma demanda social muito
grande, que vinha na busca de orientação da equipe do Cratod”, disse
ela.
Segundo Gleuda Simone Apolinário, coordenadora de desenvolvimento
social, estão sendo destinadas 300 vagas para moradias sociais
assistidas, divididas em 16 organizações no estado de São Paulo. Esse
tipo de acolhimento, explica ela, é voltado para dependentes que não
precisam passar pela internação em leito hospitalar, mas que não têm
condição de permanecer com as famílias. O objetivo é promover a
reinserção, “resgata-se a relação de vínculo com a família”, informou.
Alckmin disse também que serão criados em todo o estado mais 185
leitos para a saúde mental. Atualmente, São Paulo tem 800 leitos em
hospitais e a duração média desse tipo de internação varia de 30 a 45
dias.
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